O diretor da Obra Católica
Portuguesa das Migrações defendeu que Portugal tem “universitários a mais e
cursos que não interessam a ninguém”. Para frei Francisco Sales, essa realidade
acaba por iludir os jovens licenciados, que quando enfrentam o desemprego “são
obrigados a emigrar”.
À margem do “Encontro nacional de promotores sociopastorais
das migrações”, em Fátima, o clérigo frisou os investimentos que as famílias
portuguesas fazem na educação dos seus filhos, que depois acabam por não ter
retorno. Incitou por isso o Ministério da Educação a acompanhar “as pessoas
mais novas para fazerem uma escolha orientada”.
“Se formos ver os números das estatísticas de pessoas que
vivem no estrangeiro e que pediram a nacionalidade do país de acolhimento, é
assustador”, concluiu Francisco Sales. Segundo os últimos dados do Eurostat, em
novembro a taxa de desemprego jovem em Portugal estava nos 38,7 por cento.
Já Paulo Pisco, deputado socialista eleito pelos emigrantes,
acusou o Governo de incitar os portugueses a sair do país, algo que considera
“chocante e inaceitável”. O deputado relembrou que “as pessoas são incitadas a
sair e depois deparam-se com todos os dramas associados à emigração”, frisando
que “a saída de pessoas qualificadas pode comprometer a breve prazo o
crescimento económico”. Paulo Pisco continuou as críticas ao Executivo dizendo
que “a crise não pode ser a desculpa para as pessoas serem maltratadas”.
Fonte: http://www.record.xl.pt
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